Em trabalhos colaborativos, como os Arranjos de Desenvolvimento da Educação, é fundamental tomar decisões de forma coletiva e, por isso, a gestão horizontalizada é um bom caminho para desenhar uma governança mais eficiente.
Esse modelo, contrário ao formato de gestão hierárquica, propõe a escuta de todos os participantes e a integração nas escolhas que vão impactar o coletivo.
Ao escolher trabalhar no formato de gestão horizontalizada, evite as imposições. Também é importante compartilhar as responsabilidades, com o objetivo de construir, aos poucos, um senso de pertencimento e integração entre os membros do grupo. Esses passos podem contribuir para que haja maior engajamento e interação entre os membros do grupo.
Mas se todos são responsáveis pelas decisões, o grupo não precisa ter uma liderança?
É um engano comum associar a gestão horizontalizada a ausência de líderes. Ao contrário do que se pensa, os líderes são figuras essenciais para o bom desenvolvimento de trabalhos coletivos. Nos Arranjos, além do papel de representação institucional, as lideranças são responsáveis por cuidar das relações interpessoais, da comunicação e da organização, por exemplo.
Ao escolher a liderança, é importante ter em mente que essas pessoas precisam ter uma característica natural de inspirar e gerar empatia. Antes de mais nada, o líder precisa ser legitimado pelo grupo, a fim de facilitar a identificação e, como consequência, tornar os direcionamentos mais exitosos.
Mas para tudo isso funcionar, mobilize o grupo para escolher a liderança de forma democrática e participativa. Assim, todos os participantes vão se sentir representados e vão se identificar com essa figura de liderança mais facilmente. Há, ainda, a possibilidade do Arranjo ter mais de um líder, o que pode contribuir na divisão das atribuições e facilitar a gestão do tempo e das tarefas a serem desempenhadas.
Mas a liderança vai organizar tudo sozinha?
Para mover a engrenagem, a liderança vai precisar contar com uma pessoa (ou um pequeno grupo) que possa se responsabilizar pela rotina administrativa. Desde todas providências referentes aos encontros dos participantes, a organização de documentos e até mesmo a relação com os possíveis parceiros, tudo isso pode ser gerenciado por esse profissional de suporte administrativo.
A pessoa deve ter um perfil colaborativo e habilidade para lidar com múltiplas tarefas. Além disso, é importante ter flexibilidade para se adaptar ao contexto conforme as demandas e, principalmente, acreditar na colaboração e na Educação.
O profissional de apoio pode ser um colaborador da secretaria ou diretoria de Educação de algum dos municípios envolvidos no Arranjo, cedido para esta função, em tempo integral ou parcial. Outra possibilidade é ter um contrato exclusivo, subsidiado por algum parceiro/apoiador do ADE. Cada território deve avaliar cuidadosamente as condições e tomar a decisão de forma conjunta, levando em conta as implicações que isso pode trazer.
Uma vez organizada essa estrutura, é fundamental registrar tudo!
A formalização de um Arranjo de Desenvolvimento da Educação não exige nenhuma documentação. É importante, porém, redigir um um documento que informa de maneira clara como está organizado este ADE, quais seus objetivos, quem são os participantes. É esse documento que vai garantir o registro do acordo realizado entre municípios. O grupo pode escolher o melhor formato: pode ser na forma de uma carta de intenções, um termo de cooperação, um acordo entre as partes, ou como os participantes julgarem adequado.